terça-feira, 28 de julho de 2009

A

Eu sempre tentei entender do que é feita a ausência, como ela se forma, como ela rompe as barreiras do tempo ou da lógica e de repente, toma seus dias.
Sempre tentei dividí-la em partes para tentar desmascarar essa dor mais que doída da ausência.
Algumas vezes tentei ignorá-la, colocar músicas, compromissos ou até outras pessoas no seu lugar...
Inúmeras vezes neguei, fingi que seu fantasma não estava aqui, solenemente observando a mediocridade do meu sorriso.
Poucas vezes abri a porta, servi um café e ofereci estada permanente a ela. Mas a tal ausência não pede licensa, não espera seu coração se fortalecer, ela simplesmente avança sobre suas certezas e altera os motivos das suas lágrimas.
Nunca partilhei da sua existência sem luta.
Mas não nego, ela está aqui, ela não se move.
Não posso explicar o que eu não entendo.
Não posso dar nomes a esse espaço imaculado.


Sem segundo tempo,move on, amnésia...

A ausência de mim mesma não me deixa te esquecer.


sábado, 18 de julho de 2009

Me socorra, antes que a pouca esperança se esvaia em lágrimas.
Me salve dessa seqüência de desastres.
Segure a minha mão e me leve pra um lugar longe do desprezo.
Dói
e dói admitir que dói.
Não consigo me ater a nada mais, porque tudo se esvai.
Não é assim com o resto do mundo.
Tem que ser assim pra mim, é fato consumado, provado e definitivo.
Pode ser muito por tão pouco,mas é o conjunto que machuca.
São as mil razões para ser triste.
É a falta de razão para parar de pensar assim.
Não se trata só dos outros, mas de tudo que está além de mim e o que está aqui dentro.
É muita melancolia. Contida, esmagada.
Onde estão as cem razões pro amor?
Onde está a ausência de explicação que o carinho e a devoção exigem?
Onde estão as partes de mim que já perdi com tanta decepção sequenciada?
Não consigo mais. Por mim, por ninguém, por tudo ou nada.
Meu limite é aqui.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Desmascarando Três - as palavras

Andei pensando no uso que eu, você e todo o mundo fazem das palavras. Isso na verdade é assunto recorrente na minha mente. Fico sempre tentando entender esse poder que elas contém, ao mesmo tempo tão sutil e tão definitivo.

É besteria pensar que não faz diferença, que uma palavra é só uma palavra e nada mais. Enganou-se! Uma palavra pode mudar tudo. Acompanhada de um sorriso, então... é fatal!

Quantas vezes nós usamos as palavras com total consciência do bem ou do estrago que elas podem causar? Eu posso enumerá-las facilmente, são tão poucas...
Algumas vezeseu digo só por dizer.Outras vezes quero dizer mas não digo. Finjo dizer mas não sinto. Outras vezes não digo, mas sinto tanto que se possível as palavras brotariam dos meus olhos;

Perco tempo escolhendo as palavras certas: pra não magoar, pra que entendam o que digo, pra que entenda o que eu sinto e porque sinto, pra rir, pra chorar.
São tantos usos e tantos caminhos entrecortados por vírgulas e pausas.
São tantas idas e vindas sentimentais governadas pelas palavras...


'E a palavra vem
Pequena
Querendo se esconder no silêncio
Querendo se fazer de oração
Baixinha com altura da intenção,
Da segurança
Vírgula, parênteses, exclamação
Ponto, pula linha, travessão'

(O teatro mágico)

domingo, 12 de julho de 2009

Desmascarando dois - Permanência

Eu olho ao redor e vejo que as coisas não permanecem. Existe até um pouquinho de empenho às vzes, mas não perdura. A efemeridade das pessoas e seus relacionamentos assusta até quem está inserido nesse desvairio.
Os sorrisos não perduram, as palavras se perdem, as demostrações de afeto são banalizadas.

Não se engane. As coisas não permanecem. Seus amigos vão embora um dia, o esmalte vai descascar, ele não tem a menor intenção de manter você na sua vida, o tempo vai virar e você vai passar frio naquela festa, o CD vai riscar,as horas voam e levam os detalhes.

Onde está a indignação com essa situação?
Onde está a surpresa?
De onde estou só estou vendo o seu olhar de descaso
e de tanto faz.

Só algumas permanências são notadas. Aquelas que nos incomodam profundamente, as que são mais visíveis. Mas no geral, ninguém percebe que às vezes essa efemeridade é um perigo, sobretudo quando se trata de sentimentos.
Aí é rezar, bater na madeira três vezes e olhar bem pros lados, porque fatalmente as coisas vão passar (pro bem e pro mal), você vai permanecer bem onde está, com sua meia dúzia de memórias e um inimigo invisível pra vencer: seus próprios sentimentos,eles permanecem.

Então pense bem no que fazer e faça, simplesmente. Só não deixe que permaneça a dúvida. Jamais.
Antes a permanência do arrependimento pelo que foi feito que a medíocridade do 'e se'.
Estou sendo repetitiva: covardia não,pelamordeDeus.
Enfim, preste atenção no que vive ao seu redor e para além do último capítulo da novela. Tome partido na decisão do que vai permanecer e do que vai partir pra sempre. Existe uma maneira de fazer isso, eu sei. Assim que provar desse relief, darei meu testemunho.

O que vai ficar? Nesse momento, prefiro não saber. Prefiro manter o que está aqui e nada mais. Que eu permaneça sozinha à beira desse emaranhado de palavras.

so you found
a better hiding place than on the ground
inside the image
of who they think you are
I wish the best of everything for you
I hope you know that honestly I do
how long can you run
turn your back on everyone
just let me know
when you're tired of being alone
so you wait
all through the night and day to day
wait for the illusion of the perfect song
I wish the best of everything for you
hope you know that I honestly I do
how long can you run
turn your back on everyone
just let me know

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Desmacarando Um- Escolha já o seu covarde

(Essa é a série DESMASCARANDO que começa hoje. É um projeto antigo, na realidade. Serão altas doses daquele 'sentimento' que chamam por aí de feminismo, mas não concordo com o termo. Blog meu, opinião minha. Não quer ler, não leia.)


O que se pode sentir quando se vive num mundo cercado por covardes? O que fazer quando se sabe que os olhares são ao acaso, que a tentativa é por conveniência, que as palavras são pronunciadas sem o menor cuidado?
Se você não sabe a que tipinho de gente a que me refiro, não se preocupe, pretendo deixar bem claro pra que você se afaste assim que ver um por aí.

Eles estão sempre vestidos com as melhores roupas. Sim, por fora, Carmim, mas também me refiro a vestimenta intelectual. São sempre os que leem muito, sabem muito, falam mais ainda. Adoram discutir política, religião, cultura em geral, são sempre tão simpáticos... Eles é que dizem 'bom dia' ao entrar no ônibus e agradecem ao caixa mal-humorado do Banco do Brasil em plena segunda-feira; eles pedem que você assine a chamada pra eles 'estudarem', mas sempre com um sonoro 'por favor'. Aliás, eles usam 'obrigado' como ponto final, eles estão sempre dipostos a tornar seu dia menos cinza com um enorme sorriso.

Eles sempre reparam quando você muda o cabelo, quando pinta as unhas de um vermelho diferente, eles sempre estão por perto quando você precisa de alguém pra carregar as pastas pesadas, emprestar um guarda-chuva ou um casaco, eles sempre se dizem amigos incondicionais. E eles levam isso muito à sério, eles estão sempre prontos pra te apoiar, pra te ouvir. Eles começam a não atender o celular perto de você, nem respondem e-mails ou mensagens... eles estão sempre disponíveis, on-line no msn e com comentários sempre atualizados no twitter. Eles comentam suas fotos no orkut, eles visitam seu blog periodicamente e fazem comentários pertinentes e profundos(pessoalmente, de preferência), eles prestam atenção no que você diz, eles tentam te agradar, te convidam para passeios inusitados e não aceitam não como resposta, eles eles parecem combinar tanto com sua vida...

Mas não.
Não se engane. Eles são covardes!

Quando você demonstrar o mínimo ( e quando eu digo o mínimo, é pouquíssimo mesmo!) de interesse pela vida deles, eles fogem! É algum tipo de joguinho de mão única, sem direito a seta ou pit stop.

São realmente tudo que você poderia imaginar e/ou desejar,e repare bem, que super detalhe:eles não são gays! Mas não precisa sorrir, nem chorar, não vai adiantar nada, eles vão continuar sendo covardes. Eles não vão lutar por você, eles vão pegar seu carinho, sua atenção( e até mesmo devoção), seus motivos pra ser quem você é, sua fé, seus sorrisos e jogar tudo isso na teia de hipocrisia e ciladas que eles controem com a destreza de um Deus que contrói seu mundo. Nesse ponto você já se amarrou na teia, jogou a chave fora e se vê na posição de vítima que consentiu o cárcere.

Eles estão aprisionados nesse mundo de aparências, de previsibilidade e monotonia, de inércia e rontina e te sugam sem piedade. Eles não vão mudar. Nem por você, nem por ninguém. Eles vão cotinuar por aí, enganando outras(os), falando as mesmas mentiras e prometendo mais do que podem cumprir. A saída é que eles só se relacionam com pessoas como eles, igualmentes tomadas pela covardia de ser pouco, tão pouco, e aceitar isso. Não falo de dinheiro ou poder, falo de personalidade.

É muito simplista, não acha?
Simplificar tudo é tão arriscado... mas eles são muito covardes pra admitir outra maneira de viver, outra maneira de encarar o bom e o mal da vida. Simplifique e tudo bem. Sorria e acene. (aliás, eles ADORAM acenar pra deus, o mundo e todo mundo e mostrar o quanto são vitoriosos, maravilhosos e bem sucedidos são)
Simplificar a tristeza e os problemas não funciona, é através da complexidade de cada um deles que crescemos, que amadurecemos e aprendemos a não cometer o mesmo erro.

Os covardes vivem caindo nos mesmo erros, porque eles não se permitem arriscar.
Eles não falam alto, medem palavras, passam a metade da vida pensando no que os outros estão pensando (e nas respostas que darão às críticas), eles não escutam música alta, não usam a calça jeans favorita porque ela já está meio puída, eles jamais se tatuariam. Eles não bebem nada além de água sem gás, sem gelo, mas com algumas gotas de limão; eles são impecávelmente CHATOS!

São hábeis na arte de te fazerem acreditar no que quiserem,
por isso, abra BEM seus olhinhos,
cantarole um mantra, recite pra si mesma 'pé-de-pato, bagalô três vezes!' ou mesmo Cante sua música favorita várias vezes pra não se contaminar enquanto eles falam que querem te ver amanhã. Quando chegar em casa, se olhe no espelho, se parabenize e se deseje mais um dia em segurança.
Se benza e se poupe de milhares de chateações futuras. Se você tem gênio forte, opnião pra tudo, é exagerada, orgulhosa e meio feminista, então... nem olhe nos olhos de um covarde, ele vai te dar trabalho!
Não são completos mentirosos....Uma amiga sabiamente me disse uma vez 'Não é que ele estivesse mentindo, é que aquela era a verdade naquele momento!'.
Se você sentir que você é a verdade do momento, corra! Vai ficar com alguém que consiga te manter como verdade universal!


E o pior: não ouse jamais dizer 'Dessa água não beberei!' porque infelizmente,minha cara, você vai beber, se engasgar e ter ressaca! Os covardes estão em número infinitamente maior que mulheres como você. A dica é: adie ao máximo e se prepare!
Você pode até se divertir com as infantilidades dessa raça insossa, mas sempre consicente que você simplesmente merece muito mais!




















"Would you catch me if I fall out of what I fell in
Don't be surprised if I collapse down at your feet again
I don't want to run away from this
I know that I just don't need this
'Cause I cannot stand still
I can't be this unsturdy
This cannot be happening
'Cause I'm waiting for tonight
Then waiting for tomorrow
And I'm somewhere in between"

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A grande família

Hoje abandonei meus pensamentos tortos pra reparar na minha família. Nas suas particularidades, na maneira como seus detalhes passam despercebidos e como nós alteramos fases de amor e ódio com tanta freqüência.
Minha mãe e sua mania de limpeza, a maneira como ela repete a mesma informaão várias vezes e como ela gosta de aumentar minha idade quando diz 'Mas você já tem 22 anos, minha filha, eu com essa idade já...blablabla', e como ela dimuniu quando diz' com 20 anos eu não podia chegar em casa a essa hora nunca!Os tempos eram outros...'.
Meu pai e sua mania de esportista e seus momentos de 'pastor'... as pregações são enormes, mas nós acabamos rindo e ele sempre diz ?: 'mas não é verdade?'.
Meu irmão e suas oscilações de humor, imitações e músicas. Ele canta no banheiro mesmo quando temos visita, ele fica jogando sabe-se lá que jogo até de madrgada e sempre está dizendo 'ow truta... eu vou usar o pc viu?'. Chato...!
Agora temos também a minha cunhada, sempre sorridente e me convencendo a comer pizza de chocolate.
Tem a emily, o digby,meu urso de pelúcia favorito desde os 13, o controle da TV que sempre quebra, a chave da porta que sempre se perde, a conta do teelfone astronômica.
São esses pedacinhos que provocam os sorrisos no dia a dia.
Os probleminhas também nos divertem, afinal. Se fosse tudo perfeito, não teria a menor graça.

Não sei não... mas eu não seria eu em outro lugar ou outra família.
Vida longa aos Ornelas!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

The music in me (ha ha ha)

Por que eu preciso de músicas novas sempre?
Pra mover essa rotina
e alterar os sorrisos?
Tentar mudar esse sentimento 'ah, q saco'?
Talvez seja pra me alienar,
ou pra mentir pra mim mesma.
É, pode ser. A minha playlist diz muito sobre mim e sobre o momento (mas não é bem um regra).
Quando eu estou ignorando as coisinhas, detalhes e tudo o mais que perturba a minha mente de 20 e poucos anos, eu escuto Jason Mraz, Oasis... até cantarolo fingindo interesse, mas na verdade o que eu estou querendo é gritar ao som de Linkin Park, Legião,Charlie Brown Jr. ou tentar alçançar os agudos da Amy Lee... eu grito com Cazuza, com a Cássia Eller, com quem mais atravessar meu caminho.
Quando eu estou fingindo ser feliz eu escuto Bob Marley, Jack Johnson e quando estou com muito, muito estômago, eu até escuto Colbie Cailat (ela me cansa às vzs). Trilha d Shrek e outros desenhos também vale!
Quando eu estou pensando em desistir, escuto Leoni, The Beatles e Teatro Mágico. (dentre umas merdas impublicáveis!)
Olha só, essa sou eu tentando me animar ouvindo funk! Nem vou citar os nomes! Passo pelo samba, pelo Chiclete e até pelo ASA... Jorge e Mateus, então, aos montes! Lembro das festas, das fotos, de tudo e qualquer coisa.
Mas acabo me rendendo e o emo-mode me toma! Aí só Radiohead e three doors down conseguem me deixar pior (confesso que uma música do 30 second to mars tb me arrasa!), e eu vou me jogando pelo sofá, pela cama, ou mesmo pela mesa do computador... só pra sentir pena da minha sina musical.

'Sina', do Djavan também é uma boa música pra um domingo à noite... Mas é muita ingenuidade minha querer separar minhas músicas pelo meu instável humor.
Falta do que fazer (ou melhor, falta do que eu queria fazer, tenho vários compromissos me esperando).

Mas que eu tenho uma lista mental mais ou menos pronta pra certos momentos e pessoas, ah, eu tenho sim.