terça-feira, 31 de agosto de 2010

Habitat

Aqui é meu habitat. Isso me faz falta. Sinto falta das palavras que vivem aqui.
Que se manifestam nesse universo paralelo, confuso mas bem meu.
Sinto uma falta absurda de falar pra ninguém;
de escrever pra mim mesma, essa é que é a verdade.
Escrevo pra sobreviver, já me disse isso, já confirmei a teoria e ainda não sei porque às vezes ainda resisto.
Sou produto de mim mesma,
das minhas letras,
das minhas palavrinhas,
da minha poesia
que acredito viver aqui.
É a poesia que me pega no colo sempre que vacilo...
é ela que me lembra quem eu sou,
que me grita verdades que mas ninguém ousa dizer (que dirá GRITAR!)...
Eu pertenço à poesia.
Só Deus sabe a alegria que percorre meu corpo quando leio as bobeiras que escrevi há anos,
ou leio Neruda, Bandeira,
meu insondável Pessoa...
quando escuto uma música que transfigura a poesia em melodia...
Algo acontece bem aqui. Não sei nomear.
Só sei sentir.
Só sei ser eu.

Cheia de poesia
e defeitos.

Aqui eu posso encarar tudo isso de fato.
Ninguém vai ler mesmo.

Eu quero voltar.
Eu preciso voltar.
A ser a garota devaneio
ou a doida de pedra que eu sempre fui sem receios.
Preciso honrar essa complexidade que me moveu,
o exagero que me consumiu,
o lirismo que já me tomou...
onde estão as partes de mim?

Preciso me sentir eu.
Meu habitat.
Meu mundo de poesia.

Preciso encontrar...
respirar de novo, acreditar de novo.
Preciso.

Aqui.



And you come to me on a summer breeze
Keep me warm in your love then you softly leave
And it's me you need to show
How deep is your love