Existe um destinatário pra essa quase-possível-torpe poesia?
Existe alguém para ler essa rotina de palavras tão febrilmente quanto eu escrevo?
E amá-la em igual intensidade?
Sentir a linha seguinte gritar aquidentro,
ver crescer esse desabafo quase sempre pessoal
ou às vezes completamente impossível e distante?
Quem acompanha as madrugadas de café
e frio dessa sala quase azul?
Quem pode me ver vestindo meu pijama juvenil, ouvindo Ana Carolina
e escrevendo sobre essas pequenas-grandes coisas que me atormentam e que me mantém?
Quem puxa a cadeira para que meu eu-lírico se acomode e me sussurre o que precisa ser dito?
Quem me consola depois, quem participa desse processo de pântanos e paraísos sentimentais?
Quem poderia entender o que ocorre aqui quando não consigo me concentrar em mais nada além do que vive aqui?
Existe um destinatário?
Não... é presunção demais achar que uma pessoa seja responsável pelo que aquivive.
É inegável que grandes e irrelevantes seres momentaneamente impulsionam minha inspiração... mas é só estopim, passível de substituição.
Bom mesmo é quando eu e a garota devaneios estamos sozinhas, bem aqui... Trocando olhares e questionamentos...
Cantarolando The Beatles e vendo as horas correrem nesse mar de irresponsabilidade acadêmica e satisfação lírica.
É aqui que tudo (ou quase tudo) se materializa e permanece
ou ainda se esvanece entre as palavras que muitas vezes não posso pronunciar.
Hoje existe um destinatário... ele não vai ler, nem saber,
mas ele já vive aqui. Não é o óbvio, mas é novo, surrealmente intenso e gratuitamente se instalou e anda tomando meus dias.
Falta pouco pra ele tomar todo espaço
em que vive a poesia
Para que finalmente viva também o amor.
No matter what I say or do
The message isn't getting through
And you're listening to the sound
Of my breaking heart
(James Blunt)
Muito me alivia o esclarecimento, ja estava aflita e ansiosa por saber a qm destinavam suas palavras... A flexiblidade das palavras e das pesssoas á qm são destinadas nos faz perceber o qto é complicado axar o destino ideal...
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