terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Encontro

Ela abriu seus olhos devagar, com medo de percecer que aquilo tudo não passava de um sonho... Como tantos outros que ela já teve, alimentou, sentiu, sofreu e viveu em terras longuínquas dos seus devaneios.
Viu aqueles olhos castanhos. Escuros, intensos... os olhos que ela queria dentro dos seus, os olhos que ela daria uma vida para ver.
Não podia ser mentira.
Viu o sorriso se abrir e iluminar o ambiente, inundando o restaurante daquela luz da completude do momento mais feliz.
Sentiu as mãos dele tocarem seu rosto. Era verdade.
Sentiu o perfume discreto dele se misturar com o cheiro de baunilha, vinho e sushi.
Ouviu aquela risada absolutamente fantástica se misturar com os sons que vinham de tão,tão distante.
Ele perguntou 'O que foi? Eu beijo assim tão mal?'
Ela só podia tentar esconder a lágrima que insitia em aparecer e murmurou 'você beijou a minha alma.'
Era difícil respirar. Ele tinha levado toda calma embora.
Deixou só esse sentimento absurdo de encontro.
Tudo verdade.
Ele a abraçou forte, protegendo-a do vento que vinha da rua... olhou-a com a doçura e a calma que a paixão não tem, mas que só o amor concede.
'Te encontrei, finalmente', ele disse, muito seriamente.
'Mas eu nunca te abandonei', respondeu ela.












Então, tu tome tento com meu coração
Não deixe ele vir na solidão
Encabulado por voltar a sós
Depois que o que é confuso te deixar sorrir
Tu me devolva o que tirou daqui
Que o meu peito se abre e desta os nós

Maria Gadú

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