terça-feira, 28 de julho de 2009

A

Eu sempre tentei entender do que é feita a ausência, como ela se forma, como ela rompe as barreiras do tempo ou da lógica e de repente, toma seus dias.
Sempre tentei dividí-la em partes para tentar desmascarar essa dor mais que doída da ausência.
Algumas vezes tentei ignorá-la, colocar músicas, compromissos ou até outras pessoas no seu lugar...
Inúmeras vezes neguei, fingi que seu fantasma não estava aqui, solenemente observando a mediocridade do meu sorriso.
Poucas vezes abri a porta, servi um café e ofereci estada permanente a ela. Mas a tal ausência não pede licensa, não espera seu coração se fortalecer, ela simplesmente avança sobre suas certezas e altera os motivos das suas lágrimas.
Nunca partilhei da sua existência sem luta.
Mas não nego, ela está aqui, ela não se move.
Não posso explicar o que eu não entendo.
Não posso dar nomes a esse espaço imaculado.


Sem segundo tempo,move on, amnésia...

A ausência de mim mesma não me deixa te esquecer.


Um comentário:

  1. '' Existiria a verdade?
    Verdade que ninguém vê.
    Se todos fossem no mundo, iguais a você.''

    Ainda bem que vc está procurando a solução da ausência, o café vai acabar, assim como a hospitalidade Ornelas.

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